



















Chaminé EFANOR | Senhora da hora
A chaminé na Senhora da Hora, Av. Senhora de Hora 459, pertenceu a antiga fábrica Efanor, também conhecida como a "Fábrica do Carrinho" era a Empresa Fabril do Norte.
A Efanor (Empresa Fabril do Norte) foi fundada em 1905 e ao longo das décadas, se transformou numa das maiores unidades industriais de Portugal, chegando a empregar até 3000 operários, uma fábrica que teve um papel fundamental na produção de carrinhos de linha para costura e bordado, marcou uma época de inovação, sendo a primeira a utilizar energia elétrica e a produzir carrinhos de linha a partir de algodão importado.



Manuel Pinto de Azevedo teve um papel determinante na história da Efanor (Empresa Fabril do Norte), em 1927, o empresário adquiriu a fábrica, que já era uma das maiores unidades industriais de Portugal, e transformou-a radicalmente, consolidando a sua posição como uma referência não apenas industrial, mas também social.
Ao assumir a administração, Pinto de Azevedo implementou uma política social inovadora, numa época em que os direitos dos trabalhadores eram escassos, embora os salários praticados na empresa fossem baixos, a sua gestão procurou equilibrar essa realidade com benefícios que garantem melhores condições de vida e fidelizam os operários.
A Efanor passou a oferecer assistência médica e medicamentos, algo raro para o período, além de criar uma creche e jardim de infância que atendiam cerca de 140 crianças, filhos dos trabalhadores.
O empresário também se preocupou com o bem-estar alimentar dos funcionários, a fábrica dispunha de uma cantina abastecida localmente pela Quinta das Sedas, onde havia uma vacaria e uma pocilga, mais tarde, Pinto de Azevedo fundou uma cooperativa onde os operários podiam adquirir bens a preços moderados.
A segurança também era uma prioridade, a Efanor mantinha uma equipa de bombeiros internos e um serviço de enfermagem com parteira, além de possuir uma ambulância própria, Manuel Pinto de Azevedo foi ainda pioneiro na construção de um bairro operário ao longo da Avenida Fabril do Norte, este conjunto de 68 casas era alugado aos trabalhadores por um valor simbólico e incluía hortas e jardins, havia até concursos para premiar a casa mais florida, promovendo um ambiente comunitário saudável e agradável.
Em 1949, Pinto de Azevedo inovou mais uma vez ao construir um edifício com camaratas para operários em passagem, além disso, incentivou a educação dos filhos dos trabalhadores, intercedendo na concessão de bolsas de estudo.




Mais tarde, a decadência da fábrica nos anos 70, junto ao declínio do mercado de algodão e o advento das fibras artificiais, levou ao encerramento definitivo da Efanor em 1994.
Mesmo após este declínio industrial a marca deixada por Manuel Pinto de Azevedo na gestão da Efanor permanece como um exemplo de equilíbrio entre crescimento económico e responsabilidade social, sendo uma figura emblemática para a história da indústria portuguesa.


Embora a maior parte das instalações da Efanor tenha sido demolida para dar lugar a novos empreendimentos, como o colégio da Efanor, uma parte do edifício, mais próxima à icônica chaminé, foi preservada.
Cercada por um muro de pedras em círculo e caminhos pedestres, esta área parece um museu ao ar livre, sendo estes dois antigos edifícios e a chaminé as únicas provas desta grande empresa fabril.
Ainda é possível visitar o espaço, embora a segurança do local seja questionável


Património de Manuel Pinto de Azevedo


























