













Chaminé Mercadona | Ermesinde
A chaminé do Mercadona em Ermesinde foi em tempos a antiga Fábrica de Fiação e Tecidos de Sá, situada na Rua Fábrica de Sá 10, umas das grandes fábricas na região do porto, um marco histórico que atravessa gerações e simboliza uma era de prosperidade industrial em Portugal.


Fundada em 1928 por Manuel Pinto de Azevedo e Amadeu Vilar, a fábrica não se limitava apenas à produção de panos de algodão crus e cotins de alta qualidade, mas também representava um modelo exemplar de gestão empresarial comprometida com o bem-estar dos seus operários.
A arquitetura moderna, com amplas janelas e um alto pé-direito que promovia ventilação e luminosidade, refletia o cuidado com o ambiente de trabalho.
Amadeu Vilar, além de gestor visionário, destacou-se como autarca e cidadão exemplar, implementando iniciativas sociais relevantes, fundou uma cantina, uma padaria e uma cooperativa para garantir alimentos acessíveis aos operários, iniciativas fundamentais numa época de dificuldades económicas, a segurança também era uma prioridade, com a presença de um corpo de bombeiros interno, poços de água e várias bocas de incêndio estrategicamente posicionadas.
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Com o passar dos anos, a fábrica prosperou, chegando a empregar mais de 255 operários, entre eles 100 mulheres, e operando com 220 teares na década de 1950, no entanto, a revolução do 25 de Abril trouxe mudanças que afetaram a indústria têxtil nacional, levando ao encerramento da fábrica, apesar do abandono, a fachada foi classificada como património, preservando a memória deste importante capítulo industrial de Ermesinde.
Em julho de 2019, um incêndio abalou o que restava das ruínas da fábrica, mas o local recebeu um novo destino, a transformação em um supermercado Mercadona trouxe uma revitalização necessária ao espaço, mantendo a fachada e a icônica chaminé como elementos centrais.

A preservação desses símbolos arquitetônicos mostra respeito pela história local, colaborando também para a promoção do estabelecimento.

Painéis informativos sobre a antiga fábrica são projetados para contar a sua história, valorizando a memória coletiva e mantendo viva a conexão entre passado e presente.

A reutilização deste património industrial reforça a importância da requalificação de espaços históricos, aliando desenvolvimento econômico à preservação cultural, honrando uma fábrica que, durante décadas, foi motivo de orgulho para a comunidade de Ermesinde.

Património de Manuel Pinto de Azevedo
















